O Lugar
Aqui é realmente lindo,
na metrópole Frankfurt as belezas arquitetônicas são belas e no interior a
junção da arquitetura típica da região com as belezas naturais deixam feliz
qualquer um que olhar. Como Krogis é um vilarejo que fazia parte da Alemanha
Oriental, as coisas não mudaram muito no decorrer dos anos, a maioria dos moradores
vivem de maneira simples e é raro encontrar alguém que fala inglês. O prédio da
escola Steiger revela muito sobre o modo de vida dessas pessoas e sua história,
pois essa base é um conjunto de prédios que era utilizado como base militar na
época do comunismo, e como no comunismo há uma ideia de comunidade, o pátio de
nossa escola é visto pelos moradores como um local público que é utilizado por
qualquer cidadão sem que eles se sintam na obrigação de pedir autorização. Um
outro exemplo claro da mentalidade do povo daqui é que ao nosso redor há
plantações de frutas como cereja e morango, onde é possível passear por elas e
comer o que quiser sem pagar nada, a única regra é não levar pra casa, caso
queiramos, pagamos 2 euros pra colher no próprio pé 1kg da fruta, ou seja, não
se priva ninguém de comer por não ter dinheiro.
Não preciso nem me
esforçar pra convencer vocês do quanto os brasileiros chamam a atenção aqui,
olhares altamente curiosos são constantemente direcionados a nós. É até
engraçado se encontrar numa situação dessa, só não é divertido quando fica
claro que os alemães deste lado não gostam muito de turistas principalmente
daqueles que não falam alemão.
Só pra vocês entenderem
melhor, Krogis é um pequeno vilarejo que fica no leste da Alemanha onde as
metrópoles mais próximas são Meissen há 9 km e é um local que tem um lindo
castelo ao lado de um rio extenso, mas que possui um pequeno centro comercial e
quase nenhuma atração turística; e Dresden há aproximadamente 40 km e é
considerada como a Veneza da Alemanha, pois concentra um extenso acervo
histórico e artístico preservado e restaurado após a Segunda Guerra ao mesmo
tempo que abriga lindas edificações e esculturas modernas. Nela há uma
diversidade bem maior de cultura, onde podemos facilmente encontrar
principalmente árabes e os tão almejados PUNKS!
A Escola
Aqui na base Steiger
Krogis (Alemanha), estou vivendo com pessoas de várias nacionalidades temos
ucranianos, russos, poloneses, alemães, americanos, neozelandeses, chilenos,
brasileiros e acredite se quiser, até laosianos. Durante todo o dia durante as
orações temos a oportunidade de orar em nossa língua materna e de ouvir nossos
queridos irmãos fazerem suas súplicas em seu idioma, eu não preciso nem dizer o
quanto isso é emocionante e aumenta meu desejo pelo dia em que poderemos proclamar
em uma só língua que o Senhor é santo.
Embora nossos estilos
sejam bem diferentes da maioria das outras pessoas da sociedade, estamos
aprendendo que ser radical não diz respeito apenas ao estilo de música e roupas
que usamos ou a maneira sincera que nos opomos ao que consideramos errado, mas
sim ter uma vida entregue a Deus de uma maneira tão intensa que não deixemos
que nada nos impeça de fazer Sua vontade.
Costumo chamar aqui de
“LOST”... rs... porque essa série me lembra muitas coisas daqui, afinal estamos
num lugar muito distante e afastado da maioria das pessoas e, pelo que vejo,
cada um tem descoberto ser muito mais do que era em sua vida cotidiana... na
verdade em LOST há cura porque te põe tão próximo de pessoas estranhas e
igualmente cheias de qualidades e defeitos (e segredos) que ser humano e se
prestar aos demais se torna uma das nossas fortes bases de relacionamento o que
nos traz remédio às feridas causadas pela sociedade que estávamos inseridos.
Muitas coisas boas tem
acontecido e uma delas é perceber o quanto o povo brasileiro é abençoado e
alegre, isso fica muito evidente quando olho para os ucranianos. Até então eu
tinha um conhecimento bem superficial da situação do país deles, mas agora sei
o quanto o comunismo os oprimiu e deixou distantes do que chamamos de liberdade
algo tão natural em nosso país. Essa semana aconteceu algo que me marcou muito,
surgiu de última hora uma oportunidade de evangelismo num festival na Polônia
onde teríamos que gastar por volta de 60 euros por pessoa, era algo que não
estava previsto, mas que tínhamos certeza de que conseguiríamos nos organizar
pra conseguir fazer essa viagem. No mesmo dia descobrimos que os ucranianos
(uma equipe de aproximadamente 14 pessoas) não tinham dinheiro pra absolutamente
nada, alguns deles mal possuíam o suficiente pra comer nos dias em que a escola
não fornece refeição. Quando nós brasileiros soubemos disso resolvemos fazer
uma vaquinha pra ajudá-los não só com o valor da viagem, mas com o que fosse
preciso. Foi lindo ver brasileiros que não tinham dinheiro para o seu próprio
sustento dividindo o pouco que tinham com os ucranianos. Quando entregamos os valores
a eles descobrimos que naquela noite toda a equipe não havia dormido orando ao
Senhor por provisão, fato confirmado por pessoas de quartos vizinhos que os
ouviram orando na madrugada. Deus tem feito muitas coisas lindas aqui, mas
considero essa a melhor de todas, pois eu vi com meus próprios olhos o cuidado
que ele tem com seus filhos, e ser mão dEle pra ajudar outros me deixou mais
humana, me fez feliz de verdade...
(...)
Bem, pra finalizar esse
tópico não posso esquecer de dizer que estudamos e trabalhamos muuuito... aqui
não tem moleza não... rs
A visita
Essa semana a Isa veio me
visitar, pra quem não a conhece ela é da comunidade que frequento e estava em
trabalho missionário na Alemanha há um ano. Foi muito bom tê-la aqui, pois
embora nós tenhamos nos conhecido há 5 ou 6 anos atrás nunca tínhamos tido
oportunidade de realmente passar um tempo juntas, e acredite se quiser, os três
dias que ela ficou fez o que todo esse tempo não havia feito. Ter pessoas queridas
ao nosso redor é sempre muito bom, e por isso quero deixar aqui meu
agradecimento a ela pelos momentos em que me serviu sendo tradutora em
situações tensas de discussões no grupo de estratégia de evangelismo.
Como ela retorna ao
Brasil no final desse mês, quem quiser pode perguntar como é a Escola Steiger e
como estou por aqui.
Evangelismo
Os evangelismos começaram
no sábado da semana passada, inicialmente fomos apenas à Dresden conhecer a
cidade e levantar quais seriam os pontos estratégicos para as ações que estão
sendo planejadas. Mesmo tendo isso como objetivo principal e como objetivo
secundário a divulgação do “Manifest” um festival que reúne música e arte que
faremos aqui em agosto, evangelizamos pessoas e já conseguimos sentir um pouco
mais o que é ser alemão nessa região. Ontem retornamos a Dresden e nos
concentramos na rua mais movimentada do centro, lá é uma espécie de rua Augusta
da região (quem é de SP vai entender), onde há vários bares e centros
culturais. Montamos uma barraquinha com placas do festival e fizemos do outro
lado da rua um protesto sobre consumismo e questionando em que a identidade das
pessoas era baseada. Infelizmente não conseguirei contar tudo, mas posso
resumir com as fotos abaixo e dizendo que encontramos pessoas famintas de Deus
que ficaram felizes com as conversas e orações recebidas. Foi emocionante
participar disso.
Então é isso, vou, mas
deixo pra vcs uma fotinho de um lugar maravilhoso que eu e minha companheira de
quarto Thayanne encontramos num vilarejo há 3km daqui, um lugar surreal que foi
recebido por nós como um presente tão intenso de Deus que as fotos parecem
deixar distantes a real beleza do local.
Ah, e tem mais fotinhos no meu flickr:
http://www.flickr.com/photos/27588888@N03/sets/
http://www.flickr.com/photos/27588888@N03/sets/
Guardo vcs no coração
amigos.
Abraços,
Gabi
Que o único DEUS, nosso PAI Celestial abençoe você, e que possa sentir sua presença em todo o tempo. Saiba que há um grupo de pessoas aqui que sempre estará clamando ao SENHOR por sua VIDA e pelos propósitos de DEUS.
ResponderExcluirGraça, Amor e Paz !!
Edson Lemos
https://www.facebook.com/edson.lemos1
Estava lendo o seu post, muito bom Gabi, vamos la pra carreira que nos esta proposta...Bjs
ResponderExcluirRENê
Obrigada pessoal!
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